House M.D (Série)

Na minha modesta opinião de consumidor da cultura pop, House M.D é, sem dúvida, a melhor série que já acompanhei. E olhe que não foram poucas. Seja pela profundidade psicológica não só do personagem principal, mas também dos coadjuvantes que o cercam, seja pela brilhante atuação de Hugh Laurie ou simplesmente pelo clima de mistério e enigma médico muito parecido com o de mistério criminal de Sherlock Holmes.

Claro que tem seus defeitos. Às vezes pende muito ao melodrama e o romance, o que, em doses moderadas, não chega necessariamente a ser algo ruim, mas no geral, tem me convencido bastante a deixá-la entre as minhas séries favoritas.

O estilo ateu e cético do personagem principal, Dr. Gregory House, chama a atenção, principalmente em suas longas tentativas de jogar por terra a esperança e a fé dos pacientes que chegam ao fictício hospital-escola Princeton-Plainsboro. Sua descrença em Deus e na religião, pontua vários episódios da série que, no momento em que escrevo este texto, já corre para a oitava temporada.

Sou moralmente obrigado a dizer que o restante desse humilde texto contém spoilers, ou seja, contarei algumas cenas do seriado para aplicar na nossa discussão. Portanto, se você tem problemas com pessoas que contam o final do filme, desaconselho a ler o restante do texto.

Pois bem, se você ainda está lendo, é porque concordou em arcar com o prejuízo. Prossigamos então.

Dentre os muitos jargões e frases de efeito que caracterizam o comportamento satírico de House, há uma frase que se destaca. “Everybody lies” (Todo mundo mente). Segundo o “bom” doutor, ninguém diz a verdade, todos possuem segundas intenções para aquilo que fazem e não são dignos de confiança.

É curioso notar que o apóstolo Paulo, aparentemente encara a raça humana com o mesmo diagnóstico pessimista do astro da série. Em Romanos 3:23 ele diz: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”.

Bem, vamos assumir por um momento, que o Dr. House é quem está fazendo a consulta do paciente chamado Raça Humana. Não é de admirar que se faça esse diagnóstico. Paulo dá uma lista de sintomas que deixariam a equipe de House com a boca aberta: “egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus”. (2 Timóteo 3:2-4).

Parece com alguém que você conhece? Tente talvez seu espelho. O fato é que House está certo. Ninguém é justo, ninguém é bom. Por mais que tenhamos a tendência de nos comparar com pessoas piores para tentar amenizar nossa condição, ser menos mau que Hitler ou o goleiro Bruno, não nos torna bons, apenas, bem, menos maus. É triste, mas é a verdade.

Portanto, quando nosso doutor avalia nossa ficha médica, não precisa nem de seus fantásticos poderes dedutivos para adivinhar qual é a doença. Não, não é lúpus. Essa doença é o pecado. Todos a possuem. Está no DNA. Seja você rico ou pobre, alto, baixo, gordo, magro, branco, negro, hétero, homo ou qualquer outro tipo de escolhas que você tenha feito na sua vida. PECADOR. Doença terminal.

Mas por que encarar o mundo com esse diagnóstico tão pessimista, correndo até o risco de ir contra a lógica de House e se tornar reducionista? Qual a razão que leva Paulo a insistir tanto em Romanos que nós somos pecadores? Bem, mesmo o experiente House não pode negar que um paciente que não quer o tratamento, é um paciente que não terá cura. Ou, nas palavras mais ásperas dele: “Se você não tomar vai morrer, seu idiota!”.

O próprio médico dos médicos afirma isso (Marcos 2:17): “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores”. O propósito do “pessimista” Paulo não é evidenciar um fato como que quer zombar e jogar o defeito na nossa cara. Muito pelo contrário. Sua missão é justamente alertar para a necessidade do tratamento da doença.

Mas até House pode errar às vezes, certo? Como em determinados episódios, quando o paciente aparentemente melhora com determinado tratamento, apenas para em seguida voltar muito pior do que estava. Para justificar isso, o doutor diz: “Tratamos o sintoma, não a doença”.

Com essa perspectiva em mente, vamos analisar o nosso “caso”. Já temos o diagnóstico. Somos pecadores, seres sem moral e destituídos do bem. Com seu sarcasmo costumeiro, House começa a escrever: Não mentir, não matar, ajudar uma pessoa idosa a atravessar a rua, dar de comer aos pobres e visitar regularmente a igreja. Destaca a receita e nos entrega.

É fato. Podemos até seguir à risca esses medicamentos. Iremos nos sentir melhores por alguns instantes. Pensaremos que estamos curados, apenas para que tudo volte novamente. Às vezes até mais forte do que era antes. Isso acontece por um único e simples motivo. Fazer boas obras, seguir a lei e ir à igreja são coisas boas, mas se fazemos isso para alcançar a cura, estamos apenas tratando os sintomas, não a doença. É como tomar Vicodin. Alivia a dor da perna, mas não cura.

Mas então estamos condenados, certo? Esse é o melhor que posso fazer. Não há nada mais que eu possa fazer por mim mesmo para ser curado. Neste momento o rosto de House se ilumina e ele grita com você: Ahá! Agora estamos chegando a algum lugar.

Pois mesmo o médico sabichão fracassa em sua tentativa de auto-redenção. No final da sexta temporada, House está jogado em seu próprio banheiro, recorrendo às drogas que tanto o prejudicaram. Ele pergunta à Dr. Cuddy que acabou de chegar: “Você acha que eu posso me curar? Sou a pessoa mais estragada do mundo”.

Reconhecer que por nós mesmos não podemos alcançar a cura é o primeiro passo rumo ao tratamento correto. Esse é o objetivo de Paulo em Romanos. Pois o mesmo apóstolo que diz “todos pecaram”, diz também mais a frente: “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”. (v. 24). Podemos parafrasear isso da seguinte forma: Sendo curados gratuitamente pela sua graça, pelo remédio que há em Cristo Jesus.

Que pessimista que nada. Paulo nos diz que além de haver uma cura para o pecado, ela é completamente gratuita. Nem House veria essa chegando. Em resposta à sua indagação sobre ser a pessoa mais estragada do mundo, Cuddy apenas diz: “Eu sei, mas eu te amo”.

É dessa forma que Cristo nos encara, só que de uma maneira muito mais perfeita que qualquer seriado pudesse ilustrar. Se tão somente aceitarmos o tratamento da graça e tudo o que ela implica, Deus nos declara curados e ainda nos presenteia com a justificação proporcionada pelo sangue de seu Filho.

E estando nessa condição, podemos afirmar como Paulo: “Portanto, nenhuma ‘doença’ há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1).

Caso encerrado.

Toy Story 3 (FILME)

Assistir “Toy Story 3” foi uma experiência marcante demais para mim. Apesar de ser um filme infantil, me emocionou, me fez rir bastante e passar um bom tempo com meus amigos que assistiram junto comigo. Não tinha muitas pretensões quanto ao filme, mas fui surpreendido pela velha turma de brinquedos, e também pelos novos personagens que deram ao terceiro filme da trilogia um grande acréscimo.

Mas o que realmente me motivou a analisar o filme mais de perto, não foi o intrépido cowboy Woody ou o dinâmico galáctico Buzz. Tão pouco algum dos outros brinquedos do garoto Andy. Quem de fato me comoveu foi o vilão da história, Lotso, o urso.

Os maiores vilões no ponto de vista da literatura de ficção ou dos desenhos e contos, não são aqueles de bigodinho torcido, monóculo e cartola preta com uma risada histérica e sarcástica, que querem anarquizar tudo e todos simplesmente porque não acham que ser bonzinho seja algo, bem, bom.

Um grande vilão possui um razão pra ser quem é e fazer o que faz. Eles têm um plano de fundo, uma história que conta como eles se tornaram dessa maneira. Os bons escritores de ficção ao criarem seus personagens para serem vilões, devem fazer o leitor pensar: “E se tivesse acontecido comigo, será que eu faria algo diferente?”.

E é isso o que se passa com o urso Lotso. Ele é um brinquedo, amado por seu dono, mais do que qualquer brinquedo já foi. Mas por acidente, ele se encontra perdido e conseqüentemente trocado por outro brinquedo. Essa revelação o deixa chocado e começa a promover a mudança de sua identidade. Essa é a razão que o faz ser o vilão do filme.

Mas sabe por que Lotso é um personagem tão bem criado? É porque ele não é apenas um mero objeto da ficção. Todos os dias vemos ao nosso redor, milhares de pessoas que sofrem do mesmo infortúnio. Por alguma razão se decepcionaram com o amor e estão perdidas no mundo, desesperadas por um pouco de aceitação. Quantas crianças são abandonadas? Quantos meninos crescem sem a presença de uma figura paterna? Quantos cônjuges estão despedaçados pois a chama do relacionamento se apagou? Quantas garotas negligenciadas crescem se atirando de um rapaz para outro, sempre com medo de estabelecer uma raiz mais profunda no relacionamento?

Lotso teve seu coração partido e se decepcionou com o amor. Parou de acreditar. Mas não sem motivos. O amor o havia abandonado, deixado ele na mão. E por essa razão, o urso de brinquedo passou a acreditar que o amor de nada vale. Não significa nada. Dessa forma, ele resolveu superar e seguir em frente, construindo para si uma nova vida, onde poderia ter poder, respeito e aceitação, ainda que por meios autoritários e sem amor. Ora, troque “brinquedo” por “pessoa” e você verá essa mesma história se exibindo na vida de milhares de seres humanos.

Mas o que torna a história interessante é a possibilidade da redenção do personagem. Perto do fim do filme, Lotso se encontra preso em um amontoado de lixo a caminho do incinerador. Ele começa a clamar por piedade e socorro. Os heróis Woody e Buzz, que provavelmente estariam bem melhores com a destruição do vilão, fazem uma demonstração de graça e salvam o urso do fim certo.

Ele se encontra em uma posição tanto quanto curiosa. Ele teve seu coração destruído e se decepcionou com o amor, mas aqui, nesse exato momento do filme, ele se vê cercado de amor, ao ser resgatado por quem não lhe devia nada, ao contrário, pessoas que se beneficiariam com seu fim arriscaram suas vidas para salvarem a dele.

E agora, ele tinha uma escolha para fazer. Voltar para sua máscara de maldade e tirania ou dar uma segunda chance ao amor. Infelizmente, o roteiro nos faz ver o contrário. Por vontade própria o urso escolhe abraçar o mal, e isso, acima de qualquer outra coisa no filme, é que o faz ser um vilão tão desprezível.

Várias pessoas ao redor do mundo fazem as coisas que Lotso fez. Rebaixam aos outros, manipulam quem está ao seu redor, se afastam dos amigos mais próximos e assim vão se rebaixando. Você provavelmente, assim como eu, conhece pessoas que são assim. A maioria de nós entende que devemos punir essas pessoas pelo modo como elas agem, mas estamos enganados. Assim como o urso de brinquedo, elas muito provavelmente estão apenas reagindo da forma como sabem ao modo como a vida as tratou. Causar mais dor a elas não vai ajudar em nada, apenas aumentará a fuga.

A única forma de ajudá-los, e a forma como a Bíblia ensina, é amá-los incondicionalmente, não importa como eles são ou o que fizeram. Não somente porque é a coisa certa para se fazer, mas porque dessa forma eles poderão ver em ação o poder transformador do amor. Quem sabe assim eles terão a fé restaurada. Talvez eles descubram que a dor e o desapontamento que eles sentem não sejam a história completa, que exista algo mais além do mal que eles conhecem.

É possível que eles reajam da mesma forma que o vilão reagiu, voltando para o velho eu e se escondendo atrás do escudo que os protege da dor, ou qualquer outra forma que tenham encontrado para se esquivar do sofrimento. Mas sério, quem somos nós para lhes negar a oportunidade da escolha?

Ver a forma como o filme trata Lotso, não é exatamente a diversão do filme. Terminar como um adorno de pára-choque de caminhão não é o sonho de ninguém. Quer dizer, é o que ele merece, depois de tudo o que ele fez durante o filme, mas ao mesmo tempo, não é o que ele merece, pois ele é um brinquedo e foi criado para ser amado e estimado.

É a partir dessa perspectiva que começamos a enxergar o paralelo cristão. Nós não somos diferentes do urso vilão. Nossas ações nos fazem merecer a punição e a morte. Mas ao mesmo tempo, não é o que merecemos, pois fomos criados por Deus com o propósito de ter um relacionamento eterno de amor com Ele.

E foi para destruir de vez esse paradoxo, que Deus enviou seu único filho para proporcionar uma ponte no abismo que nos afastava de sua santa presença. Ele fez tudo. A Palavra se fez carne, habitou entre nós, viveu uma vida perfeita e sem pecados, tomou a nossa culpa em seus ombros e suportou toda a vergonha da cruz, para que pudéssemos nos reconciliar com Deus. Não fizemos nada para merecer isso. Ele sozinho pavimentou o caminho de volta para Ele, para que todos que quiserem possam encontrá-Lo se o buscarem.

Nós fomos criados para a redenção.

Mas a graça e restauração divina não se aplicam somente à nossa vida eterna. Ele quer curar o todo. Se como Lotso, construímos máscaras de falsa identidade, manipulamos os outros e ofendemos a todos para que mantenham distância de nós para não nos ferir, o amor de Deus vem como uma bigorna de cartoon, esmagando todo e qualquer sentimento de abandono e solidão. Ele não quer que sejamos seres quebrados. Quer preencher cada necessidade que tivermos, ser nosso tudo.

Cada um de nós enfrenta a escolha de Lotso. Ser o velho homem, ou se tornar uma nova pessoa, seja qual for o preço a pagar. Bem, meu convite é que você não faça a mesma escolha que ele fez. A redenção está aí, disponível para mim e para você. Não fuja dela. Fuja do mundo para os braços de Cristo. Ele pode te ensinar tudo sobre o verdadeiro amor. Deixe que Ele abra teu coração. Deixe que Ele construa tua nova identidade. Somente Ele pode te levar ao infinito... e além!

Isaque Resende

Donnie Darko (Filme)

Donnie Darko é um filme para se assistir mais de uma vez e, de preferência, com vários amigos(as) (e de preferencia amigos "nerds" ou Cinéfilos (que no final devem ser as mesmas pessoas). Isso porque o filme é complexo a ponto de incitar longas discussões e possui ótimos diálogos, que renderão gargalhadas coletivas.

É como se aqueles filmes de terror sem motivação alguma que você assistia na adolescência ganhassem pitadas de De Volta para o Futuro, roubassem umas referências dos livros de algum bom escritor de Terros (o qual não irei citar nenhum, pois nunca li livros desse estilo, um dia prometo ler para saber quem é ou não é bom no ramo). Mas vamos colocar que eles roubassem referências dos livros de Stephen King (já vi filmes dele, isso deve servir) e tivessem a sagacidade das discussões de Seinfeld. (bem quem é nerd entendeu tudo até aqui e já deve estar com vontade de ver o filme, se esse não é teu caso, acho melhor não ver o filme, tu "vai xingar muito no twitter" por perder tempo na vida vendo isso)

O pior é que nem sei o que eu pensei do filme... Mas sei que o veria novamente (ah, a trilha musical é muito bem escolhida). Me senti perdido, como quando vi Vanila Sky (outro filme que recomendo, muito bom), mas agora foi algo muito mais profundo. Sinto que tem alguma coisa ali no filme, uma mensagem que deveria entender, aplicar em minha vida, mas não sei muito bem o que seria ela.

Estamos longe de achar alguma coisa muito sólida nessa filme, até porque ali há de tudo. Não acredito que o filme feche em algum pensamento ou tenha um objetivo bem especifico a passar. No final ele quer apenas fazer-nos sentir algo e que também possamos refletir sobre o que sentimos. Tudo que mais me calou fundo na alma tem mais haver com toda minha jornada de vida até antes de começar o filme do que depois de te-lo visto, pois se Deus, fé e solidão me calam fundo a alma, é porque já o fazia a tempos.

Tanto Donnie Darko (o personagem principal do filme) tanto a minha pessoa, e acredito que poderia acrescentar nessa lista, você, meu queria leitor, não sabemos bem o que é real ou o que é falso. Na vida, parece que algumas coisas se encaixam perfeitamente bem, mas outras parecem não fazer sentido algum. Ao mesmo tempo que temos tantas certezas as duvidas nos assolam de maneira grandiosa. Vivemos com essa dicotomia todos os dias, vivemos não porque resolvemos todas nossas duvidas, mas porque acreditamos que um dia poderemos entende-las. É, esse é um mundo muito louco, muito, muito louco.

Uma frase do seriado Lost veio muito forte em minha mente no momento onde Donnie Darko conversa com uma psiquiatra sobre solidão e cita o exemplo de uma cachorrinha dele que havia morrido. A frase é a seguinte, "Vivemos juntos, morremos sozinhos" E ai que acredito que entra Deus. Não quero viver nem morrer sozinho. Se for possivel mudar tudo melhor, mas no final, mesmo se alguma coisa mudar, no final o risco de morrer sozinho é muito grande.

Nessa mesma cena existe uma discussão bem legal sobre Deus, não sei se entendi parte dela (talvez por ser profunda, talvez, e acredito mais, por ser confusa mesmo, como uma discussão sobre Ele não seria complicada?), mas o importante é que gostei dela; Sinto-me muito como Donnie; Não sei muito bem se Deus existe, mas se não existir vai fazer muita falta, afinal, não quero morrer sozinho (e quem é que quer?).

Um Faz de Contas que Acontece (FILME)

Skeeter Bronson (Adam Sandler), é o faz-tudo de um hotel luxuoso. Sempre injustiçado em seu trabalho e ainda tendo que competir com o puxa-saco Kendall (Guy Pearce), Skeeter encontra alegria cuidando de seus queridos sobrinhos. Mas tudo começa a mudar quando ele descobre que as histórias contadas a seus sobrinhos antes de dormir se tornam realidade.
Imediatamente ele começa a manipular as histórias para melhorar sua patética e miserável vida. A situação, porém, tem um efeito inverso quando seus sobrinhos começam a dar contribuições singulares para os contos. Ele começa a se ver em situações inusitadas. Para completar, há um porquinho-da-Índia com olhos esbugalhados que faz qualquer um morrer de rir só de olhar.
Trata-se de um filme infantil, mas traz uma narrativa gostosa e interessante de assistir até para um adulto. O filme demonstra que só encontramos a verdadeira felicidade e realização, quando colocamos a necessidade dos outros na frente das nossas. Nisso é ponto pra eles. É uma história que vale a pena assistir.
Igualmente na nossa situação, vivemos uma história baseada em um roteiro escrito há muito tempo atrás, porém, cada escolha que fazemos, determina o que ocorrerá. Inclusive o final. Não existe uma conclusão pré-determinada pra cada um. Há sim a geral, que ocorrerá com a destruição desse mundo e a restauração da Terra após os mil anos no céu. Mas cabe a cada um de nós definir pra que lado iremos. Com certeza será difícil fazermos isso colocando nossos desejos egoístas na frente das pessoas.
“Ame a seu próximo como si mesmo”. Lembre-se, a Bíblia não é só um faz de conta que acontece. Ela é real. E deve ser real em nossas vidas.

Sim, Senhor! (FILME)

Carl Allen (Jim Carrey), vive deprimido e de mal com a vida. Nega tudo a todos, evitando os familiares e amigos. Certo dia, ele vai até um culto de auto-ajuda indicado por um conhecido, onde se prega que devemos dizer sim a tudo que nos acontece ou é oferecido.
Quando começa a fazer isso, a vida de Carl muda radicalmente. Ele é promovido, conhece a garota por quem se apaixona e suas amizades melhoram consideravelmente. Mas dizer sim para tudo que aparece, pode levar a certos exageros e gerar situações complicadas.
Pra começar, um filme que conta com a atuação de Jim Carrey, já sai um pouco do comum. Espere por muita careta e inquietação na atuação do protagonista. Toda trama se desenvolve em cima da máxima do palestrante de auto-ajuda. “Diga sempre sim”. Mas o filme até que passa uma mensagem interessante, apesar de fugir completamente de qualquer espécie de filosofia cristã.
Se olharmos para o passado, podemos recordar o quanto a “igreja” usou de poder para alcançar o objetivo e suprir a ganância de alguns homens interesseiros. Como tudo que eles diziam era a lei, elevada até acima de reis e impérios, ninguém ousava contradizer. Muitas supertições eram mantidas para extorquir bens e favores do povo ignorante.
Esse período mudou drasticamente com toda a corrente do modernismo, levando o homem a buscar mais iluminação intelectual e apelar mais para a razão. Hoje, porém, parece que a coisa tomou um novo rumo. Com essa torrente de informações e propagação de apelos publicitários, muitas vezes se torna difícil ter um senso crítico eficiente. Acabamos balançando positivamente a cabeça para muitas coisas que se quer concordamos.
E o que dizer dos preceitos religiosos? Muita gente frequenta semanalmente a igreja e sequer sabe no que acredita. Diz sim a tudo o que o pastor fala. Amém, pra cá, amém pra lá, mas nem se pergunta se isto está certo ou não. Como o filme demonstra, isso pode trazer sérias consequências.
Mas você está dizendo que eu não devo acreditar em nada? (Você pode estar me perguntando). Claro que não. Devemos acreditar em algo, pois senão, nossa existência se torna sem sentido. Mas ter fé não significa fechar os olhos e acreditar cegamente. Significa ter certa de algo tão fortemente, que podemos confiar de olhos vendados.
Como acontecia com o povo de Beréia, nos tempos de Paulo: “Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo.” Atos 17:11. Viu só a diferença. Devemos ir a fundo em cada questão, antes de tomarmos uma decisão. E isso equivale também para aquilo que assistimos. É por isso que criamos esse blog. Não que o que dizemos aqui seja a verdade final sobre tudo. É apenas um exercício para discutirmos publicamente aquilo que observamos. E convidamos você sempre a fazer o mesmo. Participe conosco.
Bom segundo semestre de 2009!

Star Trek (2009 - FILME)

Sou fã de Star Trek há muito tempo (conhecida também, no Brasil, como Jornada nas Estrelas). Quando criança via todas as reprises da geração clássica na TV a cabo. E é como fã que eu fico feliz em rever os personagens dessa série clássica nesse novo filme. Mas, acreditem, não é como fã que eu digo que gostei muito desse filme. Recomendo a todos, pois tem muita ação, aventura, suspense e comédia (e um pouco de romance também). Tem de tudo. E é isso que faz o filme ser bom (claro que para mim como fã o negocio foi tremendo, até chorei de emoção – que vergonha).

A grande sacada que acredito ser possivel tirarmos desse filme, para uma aplicação a vida espiritual, é a constante demostração de uma natureza dividida, na qual vários personagens são retratados. Diferentemente da série clássica (de onde os personagens derivam) nenhum dos persongaens estão formados, muito pelo contrario, todos estão sendo formados. E digo isso tanto no aspecto militar, técnico e mesmo de carácter. É claro pode ser visto um traço de personalidade em cada um dos personagens. Muitos que aparecem, no filme, já com uma boa idade, embora todos ainda bem jovens. E o mais interessante é que não é difícil perceber onde tal personalidade irá conduzir cada um deles em um futuro próximo (sendo que a alusão é que eles hão de ser as pessoas mostradas na série de TV clássica, mas com algumas diferenças, as quais esse filme abre como precedente – e diga-se de passagem, o faz muito bem).

Vamos aplicar o que estamos falando: Em Kirk vemos, antes do poderoso capitão, apenas um jovem perdido; o qual sofre pela perda precoce do pai e pelo abandono da mãe (uma dessas aberturas a série original feita por esse filme). Mas é no meu personagem favorito que encontra-se a maior aplicação espiritual do filme. Quem já conhece pelo menos um pouco a série clássica sabe que me refiro ao Sir Spock.

Nesse filme existem dois Spock. O do futuro, interpretado pelo ator original da serie clássica, vem para fazer contra ponto a versão mais jovem e um tanto insegura, muito bem interpretada por Quito. Insegurança essa vinda de uma natureza dividida pela forma com que foi concebido. Um hibrido proveniente de um pai Vulcano (um dos planetas que o filme retrata) e mãe Terráquea. Desde criança cabe a ele decidir qual das duas naturezas deverá denominar as reações e escohas futuras.

Para aqueles que não entendem de primeiro o que isso quer dizer dentro da série, irei explicar. A natureza vulcana é completamente oposta da terráquea. A menos que você, querido leitor, não seja humano será complicado explica-lo. Mas partindo do ponto de que nenhum ET está lendo o que escrevo, vamos lá. Pare e pense como nos terráqueos somos emotivos. Amor, Paixão, Ódio, Rancor, Raiva, Bem, Mal, entre diversas outras palavras que a cada dia usamos simplesmente porque não conseguimos expressar, de outra forma, o que significam tais sentimentos.

Tente explicar o que é o amor, a raiva ou o ódio. Você irá notar como é difícil fazer isso, sendo muito mais fácil sentir do que explicar. E é por isso que essas palavras fazem muito sentido para nos seres humanos, não porque elas expliquem um sentimento, mas porque ao ouvirmos-na lembramos de um sentimento. Não porque entendemos todo um grande conceito por detrás dela, mas simplesmente porque nelas temos exemplificado um sentimento comum a todos que nos cercam.

Tais palavras são inexistentes no planeta Vulcano. E mesmo se existissem elas tão pouco poderiam ser exemplificadas. Afinal, os vulcanos a muito tempo atrás conseguiram vencer tais sentimentos e começaram a viver apenas através da razão. Mesmo na terra, que eu e você conhecemos, isso já foi tentado. Quando dividimos a história humana percebemos um período chamado modernismo. Essa época da vida humana teve como características principais a busca por explicar todas as coisas pela razão, colocando de lado os sentimentos e emoções, sendo pautados por aquilo que é lógico (percebe as semelhanças?).

Foi planejado que a humanidade um dia chegaria a ser aquilo que Vulcano conseguiu ser, mas é só olhar ao nosso redor, e perceberemos, que mesmo em um futuro muito distante isso não parece que será possível (e no filme, que se passa em um futuro bem distante, realmente não foi possível, veja as diferenças mostradas entre os dois povos, principalmente no modo de vida de Kirk e Spock).

Agora voltemos a nossa discussão sobre como deve ser cruel ser o Spock. Durante todo o filme uma frase me marcou muito. Quando Spock, ainda criança, arruma uma briga com alguns “colegas de classe”. O pai entra em cena para tentar ajudar o filho, e solta uma das frases mais fantásticas do filme: “Meu filho. Você sempre será filho de dois mundos. E cabe a você decidir qual deles irá prevalecer”.

Por toda a trama vemos um Spock dividido, com altos e baixos, mas sempre seguindo em frente e fazendo diferença seja lá onde ele estiver. Gosto de ver a crise desse personagem, pois me identifico muito com ela. Na minha bíblia eu também sou descrito como um ser com duas naturezas. Não sou metade Humano, metade Vulcano. Então, afinal, o que a bíblia diz que eu sou?

Sou um ser criado à semelhança de Deus, mas que caiu totalmente em pecado. Fui criado para viver em um local perfeito, mas ao que tudo parece, vivo em um mundo de caos. Tenho duas naturezas, um humana-celestial e outra humana-pecadora. Embora seja muito ruim tudo isso, ainda tenho como dizer que sou feliz e tenho esperança. Bem parecido ao Spock, apesar das dificuldades que ele tem, ele ainda vive e tem grandes planos para o futuro. Pois afinal, nos dois somos igualmente responsáveis por determinar qual das naturezas hão de prevalecer.

No meu caso: Sou feliz, pois Deus me prometeu salvação. Prometeu-me que um dia irei viver em um outro local. Local esse que será bem parecido com os mais belos locais dessa Terra, mas serão incrivelmente melhores. Realmente serão muito, mas muito melhores. Um Terra totalmente nova e sem defeitos. "Onde nenhum homem jamais esteve".

Tenho esperança nessa promessa e por isso quero fazer o mesmo que o Spock nesse filme. Buscar a excelência onde eu for. Fazer o meu melhor. Me destacar e mudar o mundo cada vez para melhor. Não porque eu acredite com meus sentimentos que isso será possível, não que eu sinta em meu coração que irei conseguir tornar o mundo um local perfeito. Não mesmo.

O que me motiva e me enche de esperança é a certeza de que apenas a razão pode me dar. Ao entender que Deus me amou de tão maneira e tem um plano incrível para restaurar a humanidade. Eu não tenho como duvidar de que essa lógica é tremenda e dará resultados. Não tenho como duvidar de que Deus está no controle de tudo. Todo o plano para o termino do Grande Conflito (aquele entre Deus e Satanás) é tão cheio de lógica, que não deixa lugar para duvidas. Deus irá vencer e renovará todas as coisas. Ao ter essa lógica em mente, quero buscar a cada dia esse local, nem que para isso tenha que fazer uma incrivel viagem.

Mesmo que meu coração algumas vezes vacile. Mesmo que meus sentimentos digam que talvez nada mais tenha solução (e isso ocorre com muita frequência). A razão deve prevalecer. Eu sei que sempre serei “filho de dois mundos”, e sei que cabe a mim “decidir qual deles irá prevalecer”. E é por isso que escolho o melhor dos mundos. Escolho o mundo que Deus está preparando para mim.

Afinal, escolher outro mundo seria ilógico.

Trama Internacional (FILME)

Surpreendente. Simplesmente isso. Ação bem produzida, na medida certa, sem apelações ou uso excessivo de sangue. Trama amarrada e ritmo frenético. Um bom filme para resumir.

Trama Internacional conta a história de Louis Sallinger (Clive Owen), um agente da Interpol que tenta com todas as suas forças levar um dos mais poderosos bancos do mundo à justiça por praticas ilegais e comércio de armas. Pra isso, ele, juntamente com Eleanor Whitman (Naomi Watts), promotora de justiça de Manhattan, precisam rodar diversas partes do mundo para rastrear as quantias espalhadas, tendo que para isso fugir de assassinos contratados e corrupção por toda parte.

O fim do filme surpreende, não por um desfecho emocionante, mas por... assista!

Uma frase que me chamou muito a atenção no filme, foi quando um personagem diz: "Às vezes, o caminho que tomamos para fugir de nosso destino, é o caminho que nos levará até ele". Parece um pouco com a história do profeta Jonas.

Não importa o quanto lutemos contra o mau, ele sempre existirá nesse mundo até que Cristo o transforme completamente. A questão é, devemos lutar por aquilo que é certo, pois isso nos manterá no caminho certo e nos protejerá da nossa auto-corrupção.

Portanto, permaneça firme, por mais que tudo a sua volta pareça errado. Bom filme!

Uma Noite no Museu 2 (FILME)

Não sou um dos maiores fãs de Ben Stiller, por isso, não esperava muita coisa desse filme. Mas confesso que até me diverti um pouco.

O filme é um banho de cultura americana e história geral, assim como em seu primeiro episódio. Mas dessa vez, há ainda muitos outros personagens, como Amelia Earhart, o Pensador de Rodin, Ab Lincoln e até o vilão Darth Vader.

Ao abandonar seu emprego de vigia noturno, Larry Daley ficou muito rico inventando objetos domésticos. Um dia, ao visitar o seu antigo local de trabalho, ele descobre que as peças de exposição do museu serão arquivadas no arquivo federal do grandioso complexo do Smithsonian, um museu com depósito subtarrâneo. Tudo fica mais complicado quando a pedra egípcia que dá vida aos objetos do museu é roubada e colocada no depósito. O faraó Kahmunrah , querendo dominar o mundo, reune um exército com Al Capone, Ivan o terrível e Napoleão e arma uma confusão. Cabe novamente a Larry colocar as coisas em ordem e reviver seus dias de aventura.

A roteiro ressalta o valor de se fazer aquilo que gosta, pois o dinheiro não é tudo na vida quando comparado à satisfação da realização pessoal. Uma ressalva é quanto a aparição de misticismo egipcio e imortalidade da alma. Colocando isso a parte, o filme é uma aventura que vale a pena assistir com a família.

Missão Babilônia (FILME)

O ser humano sempre teve muita curiosidade sobre como seria o futuro. E o futuro pode ser entendido (ou percebido) de várias formas diferentes, incluindo ai o fim do mundo ou quem sabe um mundo pós-apocalíptico. Parece algo intrínseco da humanidade essa busca por descobrir como será o fim (seja o fim de um jogo de futebol, ou quem sabe o fim de uma dificuldade ou o fim de nossas vidas).

Sempre estamos em busca de um final que venha justificar tudo o que estamos vivemos. E queremos isso muito para que tudo o que estamos passando, seja bom ou ruim não venha ver em vão. Afinal de contar "para onde estou indo?" e "porque isso tudo está ocorrendo?" são algumas das grandes perguntas que nos motivam a continuar a viver.

Missão Babilônia se aproveita dessa curiosidade humana e tenta realizar um filme um pouco mais inovador do que a grande maioria existente por ai (e convenhamos, a maioria sempre cai em um amontoado de clichês). A boa notícia é que até na metade do filme temos algo interessante, algo realmente novo.

Conseguimos identificar diversos elementos apocalípticos, mas não é possível entender como foi que a humanidade chegou até aquele estágio. E isso de certa forma faz um sentido tremendo dentro de nossa realidade social, pois quando olhamos para tudo o que ocorre de ruim em nossas vidas ou no mundo, também não conseguimos entender o porque de estarmos aqui e para onde tudo está indo. E o que mais me agradou nessa primeira metade de filme é justamente não se dar importância a como a humanidade chegou até ali, embora seja fácil acreditar que do modo com que as coisas estão indo não é difícil tal caos ser gerado um dia.

Só que (sempre parece existir um só que), é nesse momento que o filme começa a desandar, e para falar a verdade ele desanda muito mesmo. Não sei como foi possível para o diretor conseguir sair tanto da linha assim (embora exista a critica do próprio diretor ao estúdio e como muita coisa no filme foi modificada ou cortada – embora isso justifique algumas coisas não fornece toda a explicação, pois o filme ficou realmente muito ruim do meio para o final).

Se você tiver passando pela sala e o filme estiver ali na TV, então assista, mas antes se certifique de pegar apenas os 47 minutos iniciais, depois mude de canal, feche os olhos ou saia da sala. Essa é a melhor dica que poderia te dar sobre esse filme, mas no final a escolha é sua (e os comentários do blog estão abertos para você nos contar como foi a experiência).

Algo ficou em minha mente, depois de ver esse filme, mas não em detrimento do filme. Porque será que nos, seres humanos, buscamos tanto uma explicação sobre como será o fim do mundo? Porque esse assunto tanto nos fascina? E principalmente, porque não existe muita lógica para o que está ocorrendo no mundo em que vivermos (parece que estamos apenas seguindo uma missão a qual nem ao menos sabemos para onde vai e quais seus reais objetivos)?

Encontro o que acredito ser uma boa explicação nas seguintes palavras de C.S. Lewis: “Se eu encontrar em mim desejos que nada nesse mundo pode satisfazer a única conclusão é que não fui feito para este mundo”. Talvez essa seja uma das maiores verdades que podemos encontrar olhando para filmes de ficção apocalípticas, toda essa história em que estamos inseridos não faz muito sentido, porque simplesmente ela está pela metade. Isso mesmo, o filme da nossa vida já havia começado antes de você e eu termos nascido e provavelmente irá terminar depois de já termos morrido. Por essa razão não conseguimos entender o que está ocorrendo por aqui.

Muitos filmes de ficção tentam completar as lacunas dessa nossa história, lacunas tanto do passado como do futuro. A pergunta que devemos nos fazer é: Qual delas seria a melhor opção para explicar o passado e o futuro da humanidade? Realmente não escolheria o futuro mostrado em Missão Babilônia, embora ele seja possível de ocorrer. Ainda estou mais tentado a viver o futuro pós-apocalíptico relatado em Apocalipse 21:1-4 e o passado da humanidade como o mostrado em Génesis 1 a 3, onde vamos da perfeição ao caos. Ah, esses sim mostram uma história que tem lógica, não desandam no meio do caminho (apesar do clímax ser muio drámatico, juntando uma cruz, um homem meio morto-vivo), e no final é algo glorioso (com um elenco de primeira e música de qualidade).

Só me resta pedir que o roteirista que a escreveu (e que também é o produtor e diretor) a exiba no cinema mais perto de nós, e que isso ocorra o mais rápido possível.

ps: Existe uma leve discussão sobre religião nesse filme (a qual deveria ser muito importante para todo o enredo do filme e contribuiria muito para a discussão sobre como a religião pode dar sentido (verdadeiro ou falso) em um momento de caos na humanidade). Mas essa discussão se perdeu durante o filme. Ficou tão fragmentada que nem me motiva a discutir o assunto, embora eu perceba que era para ter sido uma grande discussão, uma pena.

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Watchmen (FILME)

Pancadaria. Sangue. Sexo. Watchmen tem de tudo. Dirigido pelo visionário Zack Snyder de 300 de Esparta, o filme traz consigo efeitos especiais arrasadores, ação constante e muito, muito tempo de história. As vezes chega a cansar um pouco em suas 2h43 de duração, mesmo assim, possui um roteiro pegajoso que te prende bastante. As fortes cenas que o filme promove, condizem claramente com a restrição etária máxima. Não é uma diversão familiar.

Eu li a série original dos quadrinhos uma semana antes de assistir ao filme, e fiquei impressionado com a fidelidade retratada na história do cinema. A maior parte do tempo, os quadrinhos funcionam como story-boards e as falas são quase idênticas. Uma delícia para os fãs dos comics. Mas o interessante no enredo dos Watchmen, é notar a falibilidade, o traço humano dos heróis. Diferentemente de qualquer outro herói perfeito, os personagens do filme possuem grandes desvios de caráter e lutam com suas próprias escolhas e ações.

Após o assassinato do herói Comediante, Rorschach, outro herói, decide investigar uma possível conspiração para aniquilar todos os heróis que ainda existem após a proibição de circulação de justiceiros mascarados. O que acaba se revelando porém, é uma trama muito mais complicada do que ele esperava.

Se você ainda pretende ver o filme, aconselho a não ler o resto deste artigo, pois contarei o final do filme para a nossa aplicação filosófica. Assim sendo, um bom filme pra você. Se ainda está lendo, é porque se responsabiliza por qualquer efeito spoiler que possa ser causado.

O mais poderoso de todos os heróis, e o único que realmente tem poderes extra humanos, é o Dr. Manhattan. Ele possui habilidades onipresentes, oniscientes e quase onipotentes. Resumindo, ele é praticamente um deus. Mas esse deus acaba se desiludindo com a humanidade e se muda para marte. Ainda na Terra, as nações em guerra vivem o terror das ameaças nucleares. Para por fim a isso, Ozzymandias, um dos ex-Watchmen, arma um plano que consiste em explodir metade de Nova Iorque e colocar a culpa no Dr. Manhattan. E é isso que acontece. Temendo outro ataque destrutivo do personagem azulão, a humanidade resolve se acalmar e suspender as ameaças nucleares.

É interessante que a tática usada por Ozzymandias é a mesma acusação que Marx faz a Deus e ao cristianismo. Marx via a religião não apenas como uma ilusão. Ela tem uma função social: distrair os oprimidos da realidade de sua opressão. “Deus é para o homem o que a mercadoria é para o trabalhador: um produto que passa a dominar o produtor.” Enquanto houvesse a idéia de um deus que vigia e pune, a igreja ordenava o que bem queria, e a classe trabalhadora era explorada sem o direito de reivindicação. Ou seja, Deus, produto da fantasia do homem, se torna dono do seu criador, escravizando-o a um mundo de privações. Por tanto, o filósofo alemão considera a religião como mais um artificio de dominação de classes, um produto histórico que surgiu para alienar e impossibilitar o rompimento das classes trabalhadoras das correntes da exploração.

Porém, com o estabelecimento do Estado comunista em várias partes do mundo, a religião não apenas sobreviveu, mas também prosperou, apesar dos esforços do Estado para eliminá-la. Já o marxismo, depois da queda do muro de Berlim, figura apenas nos livros de História.

Meu Mostro de Estimação (FILME)

Em tempo de filmes não muito aconselhado para crianças (mas que mesmo assim ainda temam em ser para tal faixa etária), Meu Monstro de Estimação traz uma bem-vinda classe ao cinema - algo que mais que agradar aos pequenos, deve soar como um sopro de alívio para os pais.

Aqui o menino é Angus, garoto solitário que encontra um ovo misterioso, no litoral da Escócia, que se abre para revelar o monstro marinho do título, uma lendária criatura do folclore local. Ele, claro, resolve criá-lo... e logo se vê em problemas, já que o bicho teima em crescer descontroladamente... pra piorar, é a Segunda Guerra e um pelotão do exército está acampado na propriedade da família, caçando submarinos alemães. A história não inova em nenhum momento.

A velha amizade entre uma criança e uma criatura tantas vezes já vista nas telas. Mas se a história tem poucas novidades a oferecer além da curiosa ambientação histórica, o interesse maior é mesmo pelo menino, interpretado pelo excelente e cativante ator-mirim Alex Etel. Sua mudança ao longo da história - de menino fechado, em negação pela ausência do pai combatente - a criança feliz, graças ao novo amigo e a liberdade que ele proporciona, é trabalho de gente grande.

Outro ponto alto é a computação gráfica, criada pelos mesmos responsáveis pelos efeitos de As Crônicas de Narnia. A técnica é excelente e quase que totalmente dedicada à criação do monstro, um verossímil, amigável e simpático "cavalo d´agua" das lendas escocesas - basicamente o que o Monstro do Lago Ness seria.

Uma coisa me deixou irritado no filme, duas cenas onde a mãe de Angus se insinua. Um vez para o novo empregado e outra para o tenente. Fico pensando qual o propósito de tais momentos no filme? Não quero parecer antiquado, mas creio que não precisávamos de tais momentos em um filme voltado ao público infantil.

Mas resumindo: creio ser este filme de grande proveito, não para grandes discussões filosóficas, apenas para o bom e velho lazer sem objetivo. Uma abordagem bonitinha que poderia ser feita é apenas enfatizar o poder transformador que uma amizade tem. Se um pequeno (depois grande) mostro pode fazer tanto por uma pessoa imagina o que Jesus poderia fazer (só que diferente do mostro parece que Jesus é mais difícil de lidar, de ser amigo e que sempre está mais bravo - e olha que esse mostro parecia bravo. onde foi que erramos tanto para que as pessoas tenham essa imagem de Jesus?).