Em tempo de filmes não muito aconselhado para crianças (mas que mesmo assim ainda temam em ser para tal faixa etária), Meu Monstro de Estimação traz uma bem-vinda classe ao cinema - algo que mais que agradar aos pequenos, deve soar como um sopro de alívio para os pais.
Aqui o menino é Angus, garoto solitário que encontra um ovo misterioso, no litoral da Escócia, que se abre para revelar o monstro marinho do título, uma lendária criatura do folclore local. Ele, claro, resolve criá-lo... e logo se vê em problemas, já que o bicho teima em crescer descontroladamente... pra piorar, é a Segunda Guerra e um pelotão do exército está acampado na propriedade da família, caçando submarinos alemães. A história não inova em nenhum momento.
A velha amizade entre uma criança e uma criatura tantas vezes já vista nas telas. Mas se a história tem poucas novidades a oferecer além da curiosa ambientação histórica, o interesse maior é mesmo pelo menino, interpretado pelo excelente e cativante ator-mirim Alex Etel. Sua mudança ao longo da história - de menino fechado, em negação pela ausência do pai combatente - a criança feliz, graças ao novo amigo e a liberdade que ele proporciona, é trabalho de gente grande.
Outro ponto alto é a computação gráfica, criada pelos mesmos responsáveis pelos efeitos de As Crônicas de Narnia. A técnica é excelente e quase que totalmente dedicada à criação do monstro, um verossímil, amigável e simpático "cavalo d´agua" das lendas escocesas - basicamente o que o Monstro do Lago Ness seria.
Uma coisa me deixou irritado no filme, duas cenas onde a mãe de Angus se insinua. Um vez para o novo empregado e outra para o tenente. Fico pensando qual o propósito de tais momentos no filme? Não quero parecer antiquado, mas creio que não precisávamos de tais momentos em um filme voltado ao público infantil.
Mas resumindo: creio ser este filme de grande proveito, não para grandes discussões filosóficas, apenas para o bom e velho lazer sem objetivo. Uma abordagem bonitinha que poderia ser feita é apenas enfatizar o poder transformador que uma amizade tem. Se um pequeno (depois grande) mostro pode fazer tanto por uma pessoa imagina o que Jesus poderia fazer (só que diferente do mostro parece que Jesus é mais difícil de lidar, de ser amigo e que sempre está mais bravo - e olha que esse mostro parecia bravo. onde foi que erramos tanto para que as pessoas tenham essa imagem de Jesus?).
Nenhum comentário:
Postar um comentário